ACONTECIMENTOS FUTUROS: UM RESUMO

Escatologia é a doutrina das coisas que devem acontecer no fim dos tempos. Ela trata do destino final do homem e do mundo; pode apresentar-se em discurso profético ou em contexto apocalíptico.

Os acontecimentos futuros, de acordo com o plano de Deus, é amplamente previsto tanto no Velho como no Novo Testamento.

Conhecer esse plano é importante na nossa época, pois todos os crentes aguardam a segunda vinda de Cristo, quando estarão sempre com o Senhor.

Quando se estuda a Bíblia, é preciso que se entenda que existe um programa de Deus para os crentes da época da graça, os quais constituem a Igreja de Cristo. Chamada na Bíblia a noiva do cordeiro, é representada por aqueles que aceitaram Jesus a partir da sua primeira vinda à terra. Ela termina com o arrebatamento e ressurreição dos mortos em Cristo. Existem também profecias para aqueles que confiaram na promessa de um Messias futuro no período do VT, na época da Lei. Além dessas profecias encontram-se na Bíblia aquelas destinadas a Israel e a todos os outros não judeus de épocas passadas, presentes e futuras que rejeitaram a graça salvadora.

A época da Igreja, referida na Biblia como um mistério , termina com a segunda vinda de Cristo. Esta vinda acontece em duas etapas: na sua primeira fase os crentes da época da graça, que morreram antes de sua vinda, são ressuscitados, e os que estão vivos são arrebatados para se encontrar com Cristo nos ares. Este é o tema das cartas de Paulo: I Tessalonicenses: 4: 13-17 e I Cor 15. ( Ver artigo sobre o arrebatamento e 2ª vinda de Cristo )
O Espírito Santo impede a manifestação do homem do pecado ( II Tess 2:6-7) e é retirado com os crentes, por ocasião do arrebatamento. Após este acontecimento o mundo será habitado por pessoas não regeneradas. Muitas serão convertidas pela ação do Espírito Santo, mas a relação deste com os crentes dessa época é diferente da época da Igreja. O Espírito atua na regeneração, é onipresente, mas o seu ministério será diferente, pois não habitará o crente como na dispensação da graça. Será como na época do Velho Testamento. Passa a ser pregado o evangelho do Reino ( Mat 24:14), reino esse previsto pelos profetas e também por João no livro do Apocalipse. Durante 7 anos todos estarão sujeitos ao tempo da ira de Deus. No entanto, o crente em Cristo não participará da manifestação da ira de Deus porque em I Tess 5:9 está escrito “ Porque Deus não nos destinou para a ira.”..

Satanás, que segundo II Tess 2:7, já opera e é resistido pelo Espírito Santo, terá então permissão para agir mais livremente, o que ocorre imediatamente após o arrebatamento da Igreja. O homem do pecado é manifestado ( II Tess 2:8), seguindo-se um período de 7 anos de tribulação como previu o profeta Daniel. ( Daniel 9:24-27). O iníquo, como é chamado o homem do pecado em II Tess 2:8 e Anticristo pelo apóstolo João , apresenta-se com todo o poder e fazendo prodígios (II Tess 2:9-11). Os acontecimentos que ocorrem nesses sete anos são descritos no livro do Apocalipse, onde aparece a trilogia maligna: o Anticristo ou a besta do Apocalipse, o falso profeta, líder de um falso sistema religioso e que promove a adoração desse homem, e o dragão ou Satanás, querubim que se rebelou (Is 14:12-19). Entretanto, o Evangelho continuará a ser pregado e muitos se converterão pela ação das testemunhas que Deus levantará. Assim, aparecem os 144000 assinalados e as duas testemunhas descritas no livro do Apocalipse.

Obs: o período que se inicia no momento do arrebatamento, por apresentar, durante os sete anos, manifestações da ira divina, é também conhecido como o dia da ira, o grande dia do Senhor. Segundo Pentecost, 1972, o dia do Senhor tem início logo após o arrebatamento, prossegue após os 7 anos de tribulação, estende-se pela segunda fase da 2a vinda, e pelo milênio até a criação do novo céu e da nova terra( Ap. 21). Os três últimos anos da tribulação são também chamados de período de “grande tribulação”, porque o sofrimento cresce após a 2a metade dos sete anos. (Dan 12: 1,7)

Ao iniciar o período da tribulação, o Anticristo organiza uma confederação com 10 países, representados pelas 10 pontas da profecia de Daniel (7:7,8,19,24 ) e pelos 10 chifres do livro do Apocalipse (17:3-18), e faz uma falsa paz com Israel (Dan 9:27 ), acordo esse que ele viola na metade do período de sete anos (Dan 9:27). Profana o templo, como está escrito em Daniel 12:11 e se faz adorar como Deus. Paulo chama a atenção para este fato em II Tess 2:4. Rompida a falsa paz com Israel, o Anticristo profana o templo, tenta se fazer adorar como Deus (Dan 9:27; IITess 2:4) e inicia um período de perseguição ao povo judeu, a qual vai terminar com a campanha do Armagedom (Ap 16:14-16) e a segunda vinda de Cristo em pessoa (parousia) ( Ap 19: 11-19). Jesus Cristo volta assentado em um cavalo branco acompanhado de seus santos. Zacarias narra o episódio do arrependimento de Israel em relação ao aparecimento de Jesus Cristo (Zac 12:10-14) Os pés de Cristo estarão sobre o monte das Oliveiras (Zac 14:4), Cristo fere as nações e prende a Besta e o falso profeta, e os seus seguidores “são mortos com a espada que saía da boca do que estava assentado sobre o cavalo.” (Ap 19:20-21). Paulo se refere ao castigo imposto por Cristo à Besta do Apocalipse “o Senhor desfará pelo assopro da sua boca e aniquilará pelo esplendor da sua vinda” (II Tess2:4). A Besta e o falso profeta são lançados vivos no ardente lago de fogo e de enxofre (Ap 19:20). O Dragão ou Satanás é preso e amarrado por mil anos e lançado no abismo até que os mil anos acabem ( Ap 20:1-3). Após a vitória de Cristo sobre as nações, ocorre a ressurreição dos mortos em Cristo durante a tribulação e dos fiéis do Velho Testamento, i.e. aqueles que esperavam o Messias, o Cristo que havia de vir. Cristo procede ao julgamento de Israel “no deserto dos povos “(Ez 20:34-38; Zac 13: 8-9) e das nações no vale de Josafá ( Joel 3:2; Ap 19:21). Aqueles que não estão com Cristo morrem e vão aguardar o juízo final. Aqueles que vêm a crer em Cristo e estão vivos no fim do período de 7 anos de tribulação entram para viver na época seguinte, que é o milênio: uma teocracia com mil anos de duração, (Ap 20:2,5,7), descrito por profetas do V.T, como Isaías e outros. Cristo será o rei, acompanhado de seus santos (crentes do Velho Testamento e da Igreja) que ressurgiram. O seu regente será Davi, como está prometido nos profetas (Isaías 55:3-4; Ezequiel 34:23-24 e outros como Jeremias, Oséias, Amós). Nesse período haverá efusão do Espírito como descreve o profeta Joel (Joel 2:28), citado por Pedro em Atos 2:16-17. Haverá perfeita paz (Is 65:25); justiça (Is 32:16;65:21-23); conhecimento pleno (Hab 2:14 ); instrução ( Miq 4:2) não haverá doença( Is 33:24 ); presença do Senhor (Zac 2:10-13)

No final desses mil anos Satanás é solto e engana a muitos. Ocorre a batalha final de Gogue e Magogue (Ap 20:7), os seguidores de Satanás são destruídos pelo fogo ( Ap 20:9-10) e o diabo é lançado no lago de fogo e enxofre, onde estão a besta e o falso profeta (Ap 20:10). Aqueles que não foram achados escritos no livro da vida (Ap 20:12) são ressuscitados após os mil anos para o julgamento do trono branco( Ap 20:11-15 ). Após este julgamento final, eles são lançados no lago de fogo de onde sofrerão as penas eternas. Os crentes não participam deste julgamento mas são representados por Cristo , visto que foram lavados no sangue do Cordeiro. Cristo entrega o reino ao pai (ICor 15:24-25) fato que só ocorrerá quando a morte for aniquilada (I Cor 15:26-28) A terra é destruída e os crentes em Jesus Cristo viverão eternamente na presença do Senhor ( Ap 22:1-7), na Nova Jerusalém que desce dos céus (Apoc 21:1-3 )

Nota: A sequência dos acontecimentos aqui descritas está baseada na visão premilenista da 2ª vinda de Cristo e em estudos que mostram estar a mesma de acordo com as promessas de Jesus, com o apóstolo Paulo e com as profecias do VT. Segundo essa visão o arrebatamento e a ressurreição dos crentes acontecerão antes do inicio da tribulação. Alguns defendem que o arrebatamento ocorrerá no meio da tribulação (após os três primeiros anos da tribulação), outros que se dará no fim da tribulação e há estudiosos que defendem a ideia de que o crente da época da graça passará pela tribulação e será arrebatado após a tribulação, antes do milênio. (vide artigo sobre o arrebatamento e a 2ª vinda de Cristo).

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A ser publicado no site da autora https://www.zeliafaveromaranhao.com.br/.

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Marialda Höfling de Pádua Dias
Maio de 2008/Outubro de 2017